É interessante observar como existem situações em nossas vidas que se repetem até conseguirmos lidar plenamente com elas.
Voltei ao meu trabalho após minha licença maternidade e por questões administrativas mudei de setor no hospital onde trabalho e de maneira muito direta fui rejeitada pela equipe que me recebeu. Sempre existem essas situações, principalmente na área da saúde, mas dessa vez um ponto foi diferente: MINHA ATITUDE.
Quando entrei a primeira vez em meu trabalho por concurso público, ou seja, por minha competência, a quase 10 anos atrás, aconteceu a mesma situação, o que me levou a deprimir-me muito e ficar pensando onde estava meu erro ou o que eu poderia fazer para as pessoas me aceitarem.
Passei grande parte da minha vida profissional pensando nisso e sempre com medo da rejeição, o que me levou muitas vezes a tomar antidepressivos e ansiolíticos e ter verdadeiro pânico quando era minha escala de plantão.
Mantive-me longe por muito tempo e por motivos do destino, retorno novamente ao meu labor, e para minha velha surpresa, uma nova recepção ruim, com fofocas e mentiras.
Mas...
Desta vez, quem resolveu conduzir a vida de maneira diferente foi eu...
Comecei a perceber que as pessoas vão SEMPRE dizer o que querem, da maneira que querem e muitas vezes sem realmente usar uma consciência crítica para isso. Reparo que o uso dessa consciência é uma grau de diferencial entre pessoas que começam a desenvolver-se como ser humano, daquelas que somente deixam a vida passar.
Ter confiança no que somos e em que podemos fazer, é primordial para que possamos passar por situações adversas como essas sem nos abalarmos. É claro que não estou dizendo que não vamos nos entristecer, mas o limiar para processar a situação e retornar ao normal deve ser rápido.
É impressionante como que se não tivermos o controle de nossa mente, nos deixamos perder em meio ao pessimismo do mundo.
As pessoas não vão mudar porque queremos e muito menos vão criar consciência porque queremos, esse papel é nosso, nesse caso, meu.
Dessa vez eu aprendi a lição, passados 10 anos, a mesma situação se põe diante de mim como uma lição ainda não cumprida, e o que à fez ser finalizada agora foi a percepção e mudança da emoção sentida por mim diante da adversidade.
O elenco pode ser diferente, mas a protagonista que deve atuar no cenário da própria vida sou eu.